sábado, 28 de julho de 2012

Tornar-se vegano -- o que muda?

Quando finalmente parei de comer peixes e crustáceos (já não me alimentava de nenhuma ave ou mamífero havia 15 anos) e me tornei ovo-lacto-vegetariana, já comecei a planejar uma transição para o veganismo. Não que seja necessário fazer transição. Conheço várias pessoas que foram de onívoras a veganas da noite pro dia. A maioria porque leu um livro que informava o que um onívoro está causando aos animais e ao planeta, ou porque assistiu a algum filme explicativo, como Terráqueos, por exemplo.

Mas cada um tem seu próprio tempo, sua maneira particular de mudar e se adaptar a novos hábitos. Eu decidi que pra mim seria melhor uma preparação mais cuidadosa, deixando aos poucos os laticínios e ovos cujo sabor eu tanto adorava. Descobri depois que na verdade laticínios viciam o organismo, então eu era mais “viciada” em queijos do que propriamente uma entusiasta de seu sabor.

Enquanto fazia a transição, comecei a procurar informação onde quer que pudesse. Li, ouvi, googlei, observei, comparei, assisti palestras... fui atrás de informação útil e prática sobre como me alimentar direitinho, mas também pra decidir se era mesmo necessário abandonar os queijos e ovos. Como muita gente, eu ainda não estava convicta de que prejudicava diretamente os animais, já que não precisava matá-los pra me alimentar. Grande ilusão. Já no primeiro panfleto informativo sobre a indústria mundial de ovos e laticínios, você descobre a sujeira, a tortura, o sofrimento e o descaso que envolvem alimentar-se de ovos ou leite, comprar couro, penas, lã.

Aí ficou fácil.

O barato de tornar-se vegano vai muito além da gente se sentir super bem logo de cara, e com mais energia, mais leve e saudável. Nossa mentalidade em relação ao próximo e ao planeta vai se transformando e cada escolha ética fica mais clara, mais óbvia. No meu caso, a atenção e o respeito que eu passei a dar aos animais todos (e não mais apenas aos gatinhos, coelhinhos, cães) e também às pessoas, ao planeta inteiro mudou.

Eu sempre adorei bichos, mas como vegana fiquei muito mais conectada com eles, mais sensível ao abuso que o ser humano inflige aos animais por considerar-se superior. Meus hábitos mudaram pra melhor assim como meu respeito pelo meio ambiente. Sou cada vez mais consciente do nosso poder de transformação individual. Estou sempre tentando fazer algo mais, seja reciclando, reutilizando ou tentando não desperdiçar. Tudo isso aconteceu depois que me tornei vegana. 

Veganismo é isso - uma filosofia que vai além do amor e respeito pelos animais não-humanos. É uma questão moral, científica, econômica e ecológica que precisa tornar-se o mais rápido possível o objetivo de todo mundo que realmente se preocupa com o próximo.


sábado, 21 de julho de 2012

Bolo de banana com castanha-do-Pará

Ingredientes:
  • 1 xícara e 1/2 de farinha de trigo
  • 1/2 xícara de farinha integral
  • 1 colher e 1/2 (chá) de fermento em pó
  • 1/2 colher (chá) de sal
  • 1 xícara de açúcar demerara orgânico
  • 1/4 de xícara de óleo vegetal (usei de girassol)
  • 4 bananas nanicas ou 3 bananas brancas grandes (maduras) amassadas
  • 1 punhado de castanhas-do-Pará levemente trituradas
  • 1/4 de xícara de água filtrada
  • 1 colher (chá) de essência de baunilha orgânica

Modus operandi:

Pré-aqueci o forno a 180 graus e untei uma fôrma de pão retangular (de uns 22 centímetros) com óleo de girassol apenas. Numa tigela pequena, misturei as farinhas, o fermento e o sal. Separei. Numa tigela grande, misturei o açúcar com o óleo e acrescentei a banana amassada, a castanha, a água e a baunilha. Misturei tudo bonitinho. Adicionei a mistura seca a essa tigelona e combinei todos os ingredientes muito bem. Assei por quase 1 hora, até ficar douradinho e o teste do palito sair sequinho.

Esse bolo é perfeito com um cafézinho preto bem forte. :)

quinta-feira, 19 de julho de 2012

Bazar em Sampa e Arraiá no Rio


Participe do Bazar Vegano se puder. É domingo, dia 22. Vai ser demais!!

E se estiver no Rio dia 28, aproveite o Arraiá Vegano:

Clique nas fotos para ampliá-las.

sábado, 14 de julho de 2012

Massa para quiche

Quando eu morava no Zuza, comprava uma massa para quiche vegana, prontinha, congelada. A coisa mais fácil do mundo. Era só preparar o recheio e jogar por cima. Aqui no Brasil, meus amigos, a história é bem diferente. Tive que meter a mão na massa e descobrir uma receita caseira. Depois de consultar minha pequena coleção de livros de receita veganos, e claro, perguntar ao Santo Google, não é que eu consegui? Criei a minha própria versão. E é fácil, viu? Olha só:

Ingredientes:

1 xícara (chá) de farinha de trigo integral (ou use 1/2 xícara de farinha de trigo integral e 1/2 xícara de farinha de aveia. Funciona super bem)
1 xícara (chá) de farinha de trigo branca
2 colheres (sopa) de aveia em flocos
1 colher (sopa) de farinha de linhaça dourada
1/2 colher (chá) de sal marinho
1/2 xícara (chá) de óleo de girassol
1/3 xícara (chá) de água

Modo de fazer:

Pré-aqueça o forno a 180 graus Celsius. Coloque as farinhas, a aveia, a linhaça e o sal numa vasilha. Misture bem com uma colher. Forme um buraco no meio da mistura e acrescente o óleo e a água. Misture um pouco com uma colher e logo em seguida trabalhe essa massa com as mãos por alguns minutos, até que tudo esteja bem uniforme. Se a mistura ficar muito seca, adicione umas gotas a mais de óleo. Deixe que fique um pouco gordurosa, mas não muito mole ou molhada. Ela tem que parecer uma farofa grossa, mas com uma certa liga. Estique a massa numa superfície lisa com a ajuda de um rolo de macarrão e coloque-a numa fôrma média. Faça furos no fundo da massa - cuidadosamente - com a ajuda de um garfo. Isso é para a massa não estufar enquanto assa. Deixe assar em forno médio (180-200 graus Celsius) por 15 minutos e retire do forno.

Pronto! Agora a massa está pronta para receber o recheio que você quiser e voltar para o forno para se transformar num quiche vegano inesquecível. ;)

A foto logo acima é de um quiche de abóbora e abobrinha. Ficou delicioso! Essa massa, depois de assada com o recheio, fica macia e crocante ao mesmo tempo. É tudo de bom.


sábado, 7 de julho de 2012

O que os veganos NÃO consomem

Por pura necessidade, nós veganos nos tornamos experts em bater o olho em listas de ingredientes e rótulos e saber na hora se um produto contém algum ingrediente animal. Pode parecer fácil, mas não é. Tem muita palavrinha que confunde, substâncias complicadas e é sempre bom saber o que se está consumindo. Claro que a gente acaba se acostumando e ficando rápido na leitura de rótulos e cardápios. :)

Atendendo a pedidos, aqui vai uma lista do que evitar. Se você comprar um produto e vir na lista de ingredientes um (ou mais) dos nomes abaixo, esqueça - aquele produto não é vegano. Se um ingrediente específico pode ter origem animal ou vegetal, pergunte ao fabricante ou ao comerciante. Tente descobrir a fonte. Minha decisão final se baseia em: na dúvida, eu não compro.

  • Ácidos alfa-hidróxidos/Hidroxiácidos: podem ser de origem vegetal ou animal (leite).
  • Ácido esteárico: ácido graxo saturado. Uso: suplementos para atletas.
  • Ácido oleico: líquido que pode ser obtido do sebo (gordura animal) ou de fonte vegetal. Uso: manteigas, margarinas, cosméticos.
  • Albumina/Albumen: proteína presente na clara do ovo.
  • Almíscar (em inglês: musk): substância de forte odor secretada pela glândula do cervo-almiscarado. Usada na confecção de vários perfumes.
  • Âmbar gris ou Âmbar cinza: extraído do intestino de baleias. Usado em perfumaria.
  • Anchova: peixe pequeno, preparado em mistura salgada, usado em pizzas ou em molhos como o Worcester.
  • Angorá: fibra macia obtida de coelhos e cabras. Usada em roupas.
  • Aspic: geleia ou líquido derivado de carne e peixe. Usado na culinária, na preparação  de mousses ou bolos, pra dar efeito “glaceado” ou “vidrado”.
  • Astracã: pele de filhote de cabra originária de Astracã, na Rússia. Usada em roupas.
  • Banha: gordura que envolve o estômago e rins dos porcos, ovelhas e gado. Usada na culinária.
  • Camurça: pele de porco ou cabra, tingida. Uso: roupas e sapatos.
  • Caseína: principal proteína do leite. Usada como aditivo em vários alimentos, e para dar textura a sorvetes, sorbets, etc.
  • Casimira ou caxemira: lã fina retirada do pêlo de cabra-da-Caxemira, ou de cabra selvagem do Tibet. Usada em roupas.
  • Castóreo: secreção obtida das glândulas sexuais de castores. Usada em perfurmaria.
  • Catgut: fibra de grandes elasticidade obtida dos intestinos de cavalos e carneiros. Usada para instrumentos musicais de cordas e pontos cirúrgicos (suturas).
  • Caviar: ovas de esturjão ou outro peixe. Usada na culinária, como aperitivo ou em sushi.
  • Cera de espermacete: substância gordurosa encontrada principalmente na cabeça de baleias cachalotes e outras baleias e golfinhos. Uso: remédios, produção de velas, cosméticos.
  • Cerdas: pelo duro animal, geralmente de porcos. Usado em escovas.
  • Chamois: couro macio de pele de antílope, ovelha, cabra, cervo, etc. Usado em tecidos e panos de limpeza.
  • Cochonilha: corante carmim extraído de um pequeno inseto (Dactylopius coccus). Usado em tintas, cosméticos, bebidas e alimentos.
  • Cola de peixe (em inglês: isinglass): substância gelatinosa obtida da bexiga de peixes. Usada pra clarear algumas bebidas como vinhos brancos e rosés, cervejas,etc., e em geléias.
  • Couro: pele tingida de gado, ovelhas ou cabras. Usado em roupas, calçados, acessórios, mobília, etc.
  • Couro cru (em inglês: hide): pele animal. Uso: roupas, calçados, acessórios, mobília.
  • D3 (colecalciferol): vitamina derivada da lanolina ou óleo de peixe. Usada como vitamina e suplemento alimentar.
  • Elastina: proteína obtida das fibras dos músculos (carne). Usada em cosméticos.
  • Espermacete ou cetina: óleo encontrado na cabeça de várias espécies de baleias. Usado pra fabricar velas.
  • Esponja: animal aquático ou colônia de animais chamada Porifera, cuja característica é um esqueleto elástico duro de fibras entrelaçadas. Usada para banho.
  • Esqualeno: encontrado no fígado de tubarões (e de ratos). Uso: perfumaria e cosméticos.
  • Estearina: éster formado pelo ácido esteárico e glicerol. Uso: remédios, amaciante pra pele (cosméticos).
  • Estrogênio: hormônio feminino produzido nos ovários de vacas ou obtido na urina de éguas prenhes. Uso: cosméticos, suplementos para atletas, cremes hormonais.
  • Fluido amniótico: líquido que envolve o feto ou embrião. Usado em cosméticos.
  • Gelatina: geléia obtida fervendo-se tecido animal (pele, tendões, ligamentos, etc.) ou osso. Uso: doces, biscoitos, cápsulas, geléias, filme fotográfico, etc.
  • Glicerina ou glicerol: líquido transparente que pode ser derivado de gordura animal, sintetizado do propileno ou da fermentação de açúcares. Uso: sabores, texturas, umectantes, sabonetes.
  • Inosinato dissódico: ocorre naturalmente no músculo. Obtido de peixes. Uso: incrementar o sabor de alimentos
  • Lã: pelo de cordeiros domesticados. Uso: roupas
  • Laca: secreção de insetos. Uso: spray de cabelo, produto usado para polir ou glacear e no acabamento final de instrumentos musicais.
  • Lactose: açúcar do leite. Usado como adoçante, aditivo de sabor, etc.
  • L cisteína: substância que pode ser obtida sinteticamente com pixe de carvão ou através de pelo animal ou penas de galinhas. Uso: xampu e alguns tipos de farinhas.
  • Lanolina: gordura extraída da lã de carneiros. Uso: produtos de limpeza, emoliente para cosméticos, principalmente batons, etc.
  • Lecitina: substância gordurosa encontrada em tecido nervoso, gema de ovos, sangue e outros tecidos. Usada na culinária: assados e confeitaria.
  • Luteína ou lipocromo: substância amarelada encontrada na gema de ovo. Usada na  coloração de alimentos.
  • Óleo de fígado de bacalhau: óleo extraído do fígado do bacalhau e outros peixes. Usado como suplemento alimentar.
  • Ovas: obtidas das fêmeas de peixe. Uso: culinária.
  • Penas e plumas: retiradas de patos e gansos. Usadas para alcolchoados, duvets, travesseiros, sacos de dormir, roupas, fantasias de Carnaval.
  • Pérola e Madrepérola: material orgânico produzido por alguns moluscos, as ostras, em reação a corpos estranhos que invadem o seu organismo. Uso: jóias, bijouterias e  decoração.
  • Pepsina: enzima digestiva produzida no estômago de animais. Uso: preparo de queijos.
  • Placenta: orgão pelo qual o feto se liga ao cordão umbilical. Uso: cosméticos.
  • Progesterona: hormônio sexual. Uso: cremes hormonais.
  • Própolis: substância resinosa obtida pelas abelhas. Uso: perfumaria, medicina natural e cosméticos.
  • Queratina ou ceratina: proteína encontrada em pelos, chifres, cascos e penas de animais. Uso: xampus, condiciondores, fertilizantes.
  • Quitina ou quitosana: base orgânica obtida das paredes celulares de fungos, parte externa dura (exoesqueleto) de artrópodes como crustáceos (caranguejo, camarão, etc. ) e insetos (formigas, abelhas, borboletas). Usada em condicionadores, xampus e produtos pra pele.
  • Renina, quimosina ou coalho: extraído do estômago da vitela. Enzima utilizada pra fazer queijo.
  • Sebo: gordura sólida obtida dos rins de gado e ovelhas. Uso: culinária.
  • Seda: tecido feito da fibra produzida por uma larva (o bicho-da-seda). Para a obtenção do material é preciso destruir o inseto. Uso: roupas e cosméticos.
  • Soro ou soro de leite: resíduo de leite quando se remove a caseína e grande parte da gordura. Sub-produto da produção do queijo. Uso: margarina, biscoitos, produtos de limpeza.
  • Testosterona: hormônio masculino. Uso: suplementos para atletas.
  • Ureia: dejeto tóxico de nitrogênio formado no fígado e excretado nos rins. Uso: perfumaria e cosméticos.
  • Vellum (Papel de vellum): papel fino preparado com a pele de bezerros ou cordeiros. Uso: material para escrita.
  • Vitamina A (retinol): derivado do óleo de fígado de peixes ou gema de ovo. Uso: cosméticos, suplemento alimentício.
  • Zibelina e Marta: mamíferos procurados por seu pelo. Uso: roupas, pincéis e escovas.

Via Veganet. Tradução minha.

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