quinta-feira, 31 de maio de 2012

O veganismo e a conservação do meio ambiente - Parte 2

Continuando nossa conversa sobre a incrível diferença que um vegano faz agindo sobre o meio ambiente e o planeta como um todo, simplesmente por se recusar a consumir qualquer produto animal, veja agora mais exemplos de como as nossas escolhas individuais afetam diretamente o planeta muito além dos animais.

Biodiversidade:

A pecuária é líder na redução da biodiversidade mundial, já que é o maior causador do desmatamento. Ela está envolvida diretamente na destruição das florestas, na degradação da terra, poluição, mudanças climáticas, pesca predatória, sedimentação de áreas costeiras e outros problemas ambientais, tanto brasileiros quanto mundiais.

De acordo com o Instituto de Recursos Mundiais, dois especialistas em agricultura do Banco Mundial concluiram que fazendas pecuaristas em áreas de floresta tropical têm provocado uma perda significativa de biodiversidade animal e vegetal, principalmente na América Central e na América do Sul. Esse processo ficou conhecido com “hamburguerização” das florestas.

Trocando em miúdos, quando você escolhe se alimentar de carne (boi, porco, peixe, galinha), leite, queijo ou ovos, vestir couro ou assistir a rodeios, você está contribuindo para a diminuição da biodiversidade do planeta. A palavra-chave aqui é extinção.

Mudanças climáticas:

Com o aumento das temperaturas, a elevação do nível do mar, o derretimento das geleiras e calotas polares, a mudança nas correntes oceânicas e nos padrões de temperatura, o aquecimento global é um dos mais sérios desafios que atingem a raça humana. A pecuária, olha ela aí de novo!, é a maior vilã, sendo responsável por 18% das emissões de gases de efeito estufa. Ela é também responsável por quase dois terços (64%) das emissões de amônia antropogênica, que contribui para a chuva ácida e a acidificação dos ecossistemas.

Doenças que afetam os humanos:

Quem consome carne animal hoje em dia, recebe uma quantidade enorme de antibióticos, hormônios, esteróides e pesticidas que serviram de alimentos pra esses animais. O uso de tantos remédios acaba criando bactérias resistentes. 76 milhões de casos de envenenamento e intoxicação alimentar aparecem a cada ano, de acordo com os centros de controle e prevenção de doenças em todo o mundo. Uma em cada 4 vacas nos abatedouros está contaminada com E. coli. Bactérias estão presentes em 42% dos 500 frangos comprados em mercearias. A salmonella aparece em 12% dos frangos. Todo ano, pra cada 50 consumidores de ovos, pelo menos uma pessoa corre risco de se intoxicar com salmonella.

Em fazendas industriais de aves, a alta concentração de animais e a constante exposição a fezes, saliva e outras secreções oferecem condições ideais pra que novas formas de vírus e bactérias se reproduzam, sofram mutações, se espalhem e afetem o ser humano de forma cada vez mais letal.

Pobreza e fome no mundo:

As sociedades consumidoras de carne são a maior causa da fome mundial porque usam uma porcentagem desproporcional de grãos para alimentar mais de 50 bilhões de animais criados para o abate por sua carne, e dezenas de bilhões de animais marinhos, ao invés de alimentar as 6.5 milhões de pessoas do planeta.

A cada 2 ou 3 segundos um ser humano (mais provavelmente uma criança) morre de fome, enquanto porcos e vacas são continuamente engordados. Até o conselho de Agricultura, Ciência e Tecnologia americano admite que 10 bilhões de pessoas poderiam ser alimentadas através dos campos de plantação de grãos nos EUA se todos se tornassem veganos. 1 acre (ou 0.40 hectares) de terra pode comportar mais de 13 mil quilos de cenouras, mais de 18 mil quilos de batatas e mais de 22 mil quilos de tomates.

O veganismo:

Uma dieta vegana gasta muito menos energia do que qualquer outra baseada em consumo de produtos animais. Essa energia é derivada de combustíveis fósseis, o que faz com que o consumo de carne e leite (e seus derivados) contribua para a poluição do ar, da água, a acidificação, o derramamento de óleo, a destruição do habitat e o aquecimento global.

As Nações Unidas já apresentaram relatório informando que uma dieta vegana pode alimentar muito mais pessoas do que qualquer outra dieta. Por exemplo, as projeções estimam que o suprimento de comida no ano de 1992 poderia ter alimentado aproximadamente 6.3 bilhões de pessoas numa dieta vegana, 4.2 bilhões de pessoas numa dieta 85% vegetariana, e 3.2 bilhões de pessoas numa dieta 75% vegetariana.

Agora pense nisso tudo e, por favor, pesquise por aí porque informação não falta nesse mundão cibernético.

Seja vegano: pelos animais, pelo planeta e pela sua saúde!


Fontes: World Resources Institute, Negotiation is Over, All Creatures, Instituto Aqualung.


segunda-feira, 28 de maio de 2012

Hambúrguer de amendoim e tofu

Peguei essa receita no livro "The Tofu Cookbook" (Becky Johnson), que tem receitas vegetarianas e onívoras, mas é cheio de dicas fáceis pra veganizar qualquer receita com tofu. Essa foi um sucesso aqui em casa.

Hambúrguer de amendoim e tofu

Ingredientes:
  • 1/2 xícara de arroz integral cozido
  • 1 colher (sopa) de óleo vegetal (eu usei canola)
  • 1 cebola picada fininho
  • 1 dente de alho amassado
  • 1 xícara e 3/4 de amendoim torrado (eu só tinha 3/4 de xícara, o que é bem menos do que a receita pede, mas deu muito certo. Fiquei achando que 1 xícara a mais seria demais)
  • Coentro em pó a gosto ou um punhado de salsinha fresca picada (usei os dois)
  • 250g de tofu firme, drenado (quebre-o em pedaços com as mãos)
  • 2 colheres (sopa) de molho de soja
  • 2 colheres (sopa) de azeite de oliva, pra fritar
Modus operandi:
  1.  Aqueça o óleo numa panela e frite a cebola junto com o alho, mexendo (em fogo baixo) por alguns minutos, até ficarem douradinhos. 
  2. Ponha o amendoim, a cebola, alho, arroz, tofu, pó de coentro, salsinha e molho de soja num processador e bata tudo até que fique uma pasta grossa, uniforme.
  3. Formate os hambúrgueres com as mãos úmidas.
  4. Aqueça o azeite numa frigideira grande. Frite dois de cada vez, de 5 a 10 minutos cada lado, até ficarem douradinhos, como na foto. Escorra-os num papel toalha e sirva imediatamente. Se quiser, congele alguns pra quando não tiver tempo de cozinhar durante a semana. Você vai ficar feliz de ter feito isso, pode ter certeza. :)
Rendimento: o livro diz 8 hambúgueres, mas eu fiz 10. Depende do tamanho como você os formata. Os do livro são mais gordinhos; os meus, mais finos e redondinhos.

Variações: as ervas e castanhas podem variar. Em vez de amendoim e salsinha tente as seguintes combinações: nozes e alecrim, castanhas de caju e coentro fresco, avelãs com tomilho ou sálvia.

E Feliz Dia do Hambúrguer!


terça-feira, 22 de maio de 2012

O veganismo e a conservação do meio ambiente - Parte 1

Cada um tem seus motivos para ser vegano, seja pelo respeito aos animais, pela escolha de viver uma vida saudável e ética... mas em uma coisa todo mundo (incluindo onívoros) concorda: o veganismo é a resposta ecológica mais imediata no combate ao aquecimento global e a destruição do meio ambiente. Você já tinha pensado nisso?

 Pecuária:

As florestas do mundo inteiro estão sendo destruídas, não só pela madeira, papel e combustível, mas para dar mais espaço para a criação de gado e plantação de grãos que irão alimentar esse gado. A pecuária (criação de gado de corte, vacas leiteiras, porcos, galinhas poedeiras, etc. para fins lucrativos) no Brasil é o maior vilão da devastação de florestas na Amazônia. Segundo uma pesquisa do IBGE feita há seis anos: entre 1990  e 2003, o gado criado dentro da área legal da Amazônia brasileira cresceu de 26.6 milhões para 64 milhões de cabeças (140% de aumento).

Água:

A pecuária tem também um papel fundamental no aumento do uso da água (e da poluição dela) no mundo. Mais de 8% do consumo humano mundial é usado para isso, na maioria dos casos para irrigação das plantações que alimentam o gado. E a pecuária também é provavelmente a maior fonte de poluição das águas, transformando as áreas costeiras, degradando os corais de recifes, causando problemas de saúde nas pessoas que consomem a água poluída pelos excrementos animais, fertilizantes, pesticidas, hormônios, criando resistência a antibióticos, entre outras coisas.

Degradação do solo:

De acordo com o Instituto de Recursos Mundiais, 20 a 30% das florestas do mundo inteiro já estão sendo exploradas para a agricultura. E conforme essas áreas vão sendo degradadas pelo uso contínuo da terra, mais terra é necessária. As estimativas são de que mais de 60% da devastação no planeta está sendo causada pela constante expansão da agricultura. E muito dessa terra é usada para criação de gado de corte (aquele que vai virar bife).

Como já deu pra perceber, esse assunto dá muito pano pra manga. Vou ter que parar por aqui porque blog não é bíblia. E digo isso nos dois sentidos: não posso escrever um tratado longuíssimo e nem quero converter ninguém. Estou expondo fatos reais e você faz com essa informação o que quiser. Vá pensando no assunto. Daqui a pouco volto com a Parte 2 dessa conversa. Enquanto isso, dê um tempo no consumo de ingredientes animais. Vai doer menos no seu bolso, no seu corpo e na sua consciência, você vai ver.

Fontes: World Resources Institute, Global Forest Watch

quinta-feira, 17 de maio de 2012

Quibe de abóbora recheado com tofu


Ingredientes

1 xícara e 1/4 de trigo para quibe
1 quilo de abóbora cortada em cubos - aproximadamente 4 xícaras (eu usei abóbora seca)
1 xícara de tofu firme, drenado
Um punhado de hortelã e cebolinha picadas
Sal e pimenta a gosto
Azeite de oliva extra virgem

Salsinha picada
1/4 de xícara de cebola picada
1/4 de xícara de pimentão vermelho picado

Preparo
 

Cubra o trigo com água para hidratar. Deixe uns 30 minutos. Enquanto isso, cozinhe a abóbora e amasse com um garfo, como um purê. Drene bem o trigo e incorpore-o ao purê de abóbora. Tempere com hortelã, cebolinha, sal, pimenta (eu uso a calabresa, bem brava) e um pouquinho de azeite.
 

Numa tigela separada, aperte o tofu entre os dedos, triturando-o até que fique com aparência de ricota. Acrescente a salsinha, cebola, pimentão e sal a gosto.

Numa fôrma refratária média, coloque uma camada do trigo, ponha por cima uma camada do tofu, sem apertar muito, e finalize com outra camada do trigo. Leve ao forno em temperatura média por uns 20-25 minutos - até que fique dourado. Deixe-o esfriar um pouco antes de servir, pra ficar mais firme e saboroso.

segunda-feira, 14 de maio de 2012

Veganismo - respostas para as perguntas mais comuns

Por que ser vegano?
Porque os animais não existem para nos servir ou entreter. Eles estão sendo torturados e mortos sem piedade a cada segundo, sem a mínima necessidade. Porque a alimentação vegana é deliciosa e super saudável. E porque está mais do que na hora de fazermos a nossa parte e ajudarmos a resolver vários problemas, como sofrimento animal e poluição do meio ambiente.

Nenhuma carne, leite, queijo ou ovos? Mas o que é que um vegano come, então?
Legumes, verduras, frutas, cereais, grãos (risotos, massas, tortas, saladas, quiches, pães, bolos, sopas, pizzas...), tudo o que existe no mundo, menos porcaria.

Como eu faço pra me tornar vegano?
Comece já. Algumas pessoas preferem, mas ninguém precisa fazer transição. Perceba como muita coisa contém ingredientes animais desnecessariamente. A maioria das marcas de margarina, por exemplo, não é vegana. Leia rótulos cuidadosamente. Comece preparando coisas simples como sanduíches, saladas e sopas (com o tempo você vai aprender a preparar pratos fáceis e incríveis). Compre alguns livros de receita veganos.


Mas eu moro com a minha família, que é onívora. Como faz?
Compre o seu próprio leite vegetal e produtos veganos e guarde na geladeira/despensa. Bote a mão na massa. Prepare suas refeições no final de semana e congele. Pesquise na Internet. Dê um google em “receitas veganas”. Respeite os hábitos alimentares dos seus familiares e exija que eles respeitem os seus.

E a vitamina B12? Ela só é obtida de fontes animais.
Ela também é sintetizada em laboratório e pode ser reposta em forma de suplemento vitamínico. E essa é a ÚNICA vitamina que precisa ser reposta pelos veganos. Peça detalhes e dicas ao seu médico ou nutricionista.


Você não tem medo de ficar anêmica?
Anemia pode acontecer com qualquer um, inclusive onívoros. Para prevenir, basta se alimentar direitinho. Fontes boas de ferro: alimentos folhosos verde-escuros, como agrião, couve, cheiro-verde; legumes (feijões, fava, grão-de-bico, ervilha, lentilha); grãos integrais ou enriquecidos; nozes e castanhas e açúcar mascavo. Também existem alimentos fortificados com ferro, como farinhas de trigo e milho, cereais, etc.

E como você consegue sua proteína?
Do mesmo jeito que você: na mercearia, feira, supermercado. :)

Leia mais aqui e aqui também.

quarta-feira, 9 de maio de 2012

Maionese de missô e castanha

Receita da Isa Chandra Moskowitz no livro "Appetite for Reduction". Essa maionese sensacional é feita de castanhas de caju e missô, portanto não espere que ela tenha o sabor da maionese comum. Ela fica ótima em sanduíches e saladas, como essa da foto acima, feita com rúcula, cenoura, beterraba, grão-de-bico, tomatinhos e fatias de avocado.

Maionese de missô e castanha

1/4 de xícara de castanhas de caju cruas
1/4 de xícara de missô vermelho
1/4 de xícara de água
1 colher (sopa) de vinagre de maçã

Ponha tudo num processador pequeno e bata muito bem, até ficar cremoso. Se você só tiver um processador grande talvez seja melhor dobrar a receita, pra poder ter volume suficiente pra bater bem e obter a consistência desejada. Dependendo do processador pode levar uns 5 minutos pra que a castanha fique macia (deixá-la de molho por 1 hora e drená-la antes de começar essa receita pode ajudar bastante).

Cada porção (1 colher de sopa) dessa maionese contém:
  • 35 calorias
  • 2g de gordura total
  • 1g de proteína
  • 0g de gordura saturada
  • 0g de gordura trans
  • 0g de colesterol

Fácil, néam?! Caia de boca!

sexta-feira, 4 de maio de 2012

Clementine says...

Dá pra resistir a essa carinha e esse olhar? Pô Dilma, excelentíssima presidenta, veta, vai?!

quarta-feira, 2 de maio de 2012

Scones de tomate e alecrim

Eu me recuso a traduzir "scones" como "bolinhos". Eles são muito mais do que isso. São scones, ora bolas. Sempre quis fazer essa receita, que está no livro Vegan Brunch, da Isa Chandra Moskowitz, porque todos os scones que tinha visto por aí eram doces. Esse é muito mais a minha cara. :) A receita dá um pouquinho mais de trabalho do que um bolinho comum, mas vale muito a pena. Experimente.

Ingredientes:

3 xícaras de farinha de trigo
2 colheres (sopa) de fermento em pó
1/4 de xícara de açúcar
1/2 colher (chá) de sal
1/2 colher (chá) de pimenta-do-reino

1/2 xícara de azeite de oliva
1 xícara e 1/2 de molho de tomate
1 colher (chá) de vinagre de maçã
2 colheres (sopa) de alecrim fresco picado (uns 4 raminhos)

Preparo:

Pré-aqueça o forno a 200 graus Celsius (ou 400F). Unte  levemente uma assadeira. Numa tigela grande, misture a farinha, o fermento, açúcar, sal e pimenta.

Ponha o azeite num copo ou tigela de medição grande, e junte o molho de tomate, o vinagre e o alecrim. Misture tudo muito bem, no próprio copo de medição, assim não precisa sujar outra tigela.

Faça um buraco no meio da farinha e acrescente os ingredientes líquidos. Misture cuidadosamente, usando uma colher de pau. Quando a mistura estiver meio grudenta, ponha um pouco de farinha numa superfície lisa e vire a mistura por sobre a farinha. Trabalhe essa mistura gentilmente com as mãos até que ela vire uma massa macia; não trabalhe demais a massa ou ela ficará borrachuda demais. Deixe uns pedacinhos com umas manchas de farinha. Se a massa estiver muito pegajosa, acrescente um pouco mais de farinha, até que ela fique mais fácil de trabalhar com as mãos.

Divida a massa em dois pedaços e forme cada pedaço num disco, como uma mini-pizza. Agora corte cada pedaço em seis, como quem fatia uma pizza. Coloque os scones na assadeira e deixe no forno por 14 a 16 minutos, até a parte de cima ficar firme. Remova os scones do forno e deixe-os esfriar um pouquinho num prato. Sirva-os mornos ou à temperatura ambiente.  

Agora que o tempo ficou mais fresquinho, essa receita é uma excelente pedida, seja para um brunch de domingo ou para um café no meio da tarde, durante a semana. São deliciosos.