Vamos aos fatos. Em matadouros não considerados humanitários, os animais são mortos com golpes de marretas ou com tiros de espingardas em ambientes geralmente insalubres. E nos considerados humanitários, de acordo com o Sérgio Greif, por exemplo, há um conjunto de procedimentos que garantem o bem-estar dos animais que serão abatidos, desde o embarque na propriedade rural até a operação de sangria no matadouro-frigorífico. Mas veja bem, e ele acerta em cheio nesse ponto: termos como “humanitário” e “bem-estar” deveriam ser aplicados apenas nos casos em que buscamos o bem do indivíduo, e não para as situações em que ao final vamos matá-lo de alguma forma". O ato de matar o animal em questão já neutraliza e nega qualquer possível ato humanitário dirigido a ele.
O que nos leva aos seguintes pontos:
- Não há necessidade de nos alimentarmos de animais. As pessoas o fazem porque querem. Comer carne e derivados é uma opção.
- Qualquer que seja o método, os animais perdem a vida e isso por si só já é cruel.
- Se o conceito de abate humanitário fizesse sentido, atordoar um ser humano com uma marretada na cabeça antes de sangrá-lo e desmembrá-lo não seria um crime, menos ainda matá-lo com um tiro certeiro na cabeça. (Na mosca de novo, Sergio Greiff!)
- Pecuaristas têm interesse no abate humanitário porque isso exime o consumidor da culpa por fazer o animal sofrer e isso o leva a continuar consumindo, o que reverte em lucro para eles, pecuaristas.
- Um pouco menos cruel não é sinônimo de sem crueldade, e só porque é um pouco mais controlado não quer dizer que é certo ou correto.
- Não há fiscalização suficiente no Brasil.
Aproximadamente 30% da carne brasileira é produzida sem fiscalização. Isso pode provocar uma série de doenças que podem matar, como a cisticercose, tuberculose, botulismo e toxoplasmose. A inspeção da carne é feita em apenas 17% dos municípios brasileiros.
Digamos então, que você não consuma carne, só derivados. Não há absolutamente nada de humanitário em manter vacas constantemente grávidas e separar seus filhotes logo após o nascimento. O processo de mantê-las grávidas, também não é nada natural. Na inseminação, uma pessoa (humana, pra deixar bem claro) enfia seu braço inteiro, sim eu disse BRAÇO INTEIRO, no reto da vaca para posicionar o útero dela e então enfia um instrumento pela vagina do pobre animal. Veja a foto.
Bezerros machos não servem para a produção de leite, duh, então eles são encaminhados para a produção de vitela e viram baby beef, ou são enviados para leilões, onde serão vendidos e mortos apenas alguns dias depois de nascer. Os que vão virar bifinho macio sofrem uma castração cruel e são mortos depois de viver por 4 meses num jaula minúscula.
Depois de quatro a seis anos, as vacas leiteiras estão exaustas por terem sido forçadas a parir e produzir leite continuamente. Em liberdade, viveriam 25 anos ou mais.
Então, fica a pergunta: você acha que vale a pena torturar e matar animais para satisfazer o seu paladar? Se a resposta for afirmativa, não me venha dizer que o lacto-vegetarianismo é ético, que comer queijinho não afeta a vida dos bichos, ou que você só consome animais criados soltos, ou que passaram por abate humanitário e que essa é "a maneira correta". Não diga isso. Cale-se ou diga simplesmente que não se importa com a violência no mundo para que o seu apetite medieval esteja satisfeito.
E bons sonhos à noite.
Para ler mais sobre o assunto, clique aqui e aqui. Este artigo está em inglês. E aqui também tem mais detalhes sobre isso.
Informe-se, faça a conexão. Não deixe que as grandes empresas envolvidas com a pecuária te enganem. Torne-se vegano o mais rápido possível e mostre que você se importa - na prática. Ajude a salvar vidas. Obrigada!
eu tomei leite antes de ler isso e agora estou com muito triste e com vontade de vomitar :(
ResponderExcluirRealmente não tem nenhum lugar que produzam leite de uma forma não-cruel?
eu amo tomar Nescau ou Toddy com leite, comer queijo...mas agora eu vou realmente tentar mudar, ninguém merece tamanha crueldade.