quarta-feira, 21 de março de 2012

A verdade sobre a seda

Seda é o nome de um tecido macio e cintilante obtido de uma linha finíssima produzida por insetos. O mais comum é Bombyx mori, uma mariposa proveniente da China, chamada em português de bicho-da-seda.

O bicho-da-seda tem quatro ciclos de vida: o ovo, a larva (ou lagarta), a pupa (ou crisálida) e, finalmente o estágio de mariposa adulta. Enquanto lagarta, o bicho-da-seda se alimenta, durante mais ou menos um mês, de folhas de amoreira ou alface.

Antes de atingir o último estágio, ele produz um fio sedoso como proteção própria e cria um casulo. Ali dentro ele vai continuar se desenvolvendo e assim entrar em seu estágio final de metamorfose para o estado adulto. Esse “fio sedoso” é a matéria-prima da seda.

A mariposa, então, secreta um líquido que dissolve o casulo e assim, ela sai livre pra seguir sua vida adulta...Bom, pelo menos na teoria.


Os produtores de seda querem que aquele fio sedoso do casulo permaneça contínuo (cada casulo pode render de 450 a 1000 metros de seda), e pra evitar que o bicho-da-seda produza o líquido que dissolve o casulo, eles matam o bicho. Pra isso utilizam várias formas diferentes. A mais comum é colocar o casulo, com o inseto ainda vivo dentro dele, em água fervendo. Outros métodos incluem assá-los em forno quente ou deixá-los queimar ao calor do sol. Nenhum cuidado ou atenção especial é dada ao animal, que morre esturricado sem piedade.

Infelizmente, o Bombyx mori está extinto na natureza e só existe em fábricas de seda. Essas criaturas incríveis não vivem mais seu curso de vida natural nem experimentam todos os ciclos que seriam naturais a elas. A maioria dos bichos-da-seda é morta durante o estágio de crisálida, exceto os que são usados para reprodução. Esses são mantidos vivos até tornarem-se mariposas adultas.


Como você percebeu, mesmo com aparência brilhante e conotação de peça de vestuário cara e chique, a seda não passa de mais um item na lista de explorações crueis dos animais pela humanidade e, pra variar, sem a mínima necessidade. Veganos não compram seda ou produtos que contenham esse tecido.

Tamsin Blanchard, autora do livro de moda “Green is the New Black” disse: “A produção de seda comercial é cruel. A seda pode ser biodegradável, renovável, orgância e até “fair trade” ou comércio justo (quando não vêm da China). Mas seu processo tradicional de produção ainda requer que as mariposas nunca saiam vivas do casulo. Para prevenir que o fio seja danificado, as larvas são fervidas ou assadas vivas. Os casulos são assados a cerca de 100 graus centígrados por duas horas, o que mata as larvas e ainda faz com que os casulos sejam desenrolados sem quebrar o fio. E nós achando que a seda era uma fibra natural adorável.”

Mais informações aqui (em inglês).

7 comentários:

  1. Por onde quer que a pessoa se vire a crueldade aos animais está sempre presente. Uma tristeza.

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  2. É verdade, Daniel. A gente faz a nossa parte, mas parece que nunca acaba. A crueldade está em todo lugar.

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  3. Adorei a postagem Andréa, bom entender o processo de fabricação da seda... Nunca tive interesse por tecidos desse tipo e hoje tenho menos ainda. Muito bom continue com o ótimo trabalho no blog.

    Beijos.

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  4. Cheguei a emocionar-me ao ler o teu post!
    Quanta tristeza.
    Obrigada por compartilhar, pois não tinha consciência dessa crueldade.
    Um abraço
    Léia

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  5. Obrigada, Rah e Léia! Esse é o meu projeto - espalhar a verdade sobre a crueldade que acontece nesse mundo contra os animais e é muito bem escondida pelas indústrias que só pensam no dinheiro. Obrigada pela visita e voltem sempre! Beijão.

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  6. Mta crueldade...depois disso passei odiar seda. Pobre bichinho...trabalha tanto na,esperanca de um dia sair voando mas encontram a morte cruel...e td isso so pra encher o bolso dessa gente capitalista.

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  7. Estou muito impressionada, pois nunca é exposto esse lado horrivel da produção.

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